Engenharia e TI unidas

Projetar e instalar sistemas de ar condicionado em centros de dados são trabalhos que unem a turma da engenharia civil, elétrica, mecânica etc. e o pessoal da tecnologia da informação. Para os especialistas do setor, essa união é fundamental em função de diversos aspectos. Em geral, projetos de climatização de data centers são customizados, ou seja, variam bastante conforme a necessidade de cada cliente.

A disponibilidade de espaço físico, a umidade relativa do ar na região, a existência ou falta de plenum de insulflamento e retirada de ar, a incidência de sol nas paredes e a possibilidade de alteração de layout nos casos de retrofits são exemplos de alguns parâmetros que guiam as escolhas dos engenheiros na fase inicial.

“Cada projeto é exclusivo. Por isso, precisamos ter todas informações e características da instalação para definir adequadamente o tipo de sistema (self ou fancoil) e a redundância necessária. Quanto maior a exigência de redundância, maior o investimento, o que torna a primeira etapa (definição das necessidades) de suma importância para que o cliente invista no que realmente precisa”, diz o empresário Edson Alves, presidente da Star Center.

Segundo o engenheiro de aplicação das Indústrias Tosi, Marcos Santamaria, cabe aos profissionais de TI definir quais tipos de equipamentos (servidores) serão utilizados, suas características dimensionais, carga elétrica e dissipação de calor nas mais variadas condições operacionais (plena carga e stand by) e outras variáveis. 

Instrutor do curso Data Center Cooling Professional (DCCP) pelo Datacenter Dynamics, Santamaria lembra que, somente depois levantadas essas informações é que a equipe de projeto poderá verificar qual a melhor configuração do ar-condicionado, bem como orientar a equipe de TI sobre como alocar os equipamentos em seus espaços para obter o máximo desempenho do sistema de climatização.

“Outro aspecto essencial no projeto de sistemas de ar condicionado para data centers é a busca da melhor segregação possível entre o ar frio que deverá entrar nos servidores para sua refrigeração e o ar quente de descarga”, ressalta. 

Como a disposição e a intensidade das cargas térmicas variam bastante em data centers, uma preocupação que não pode ser negligenciada pelos profissionais do setor é a formação de hotspots, que são os pontos do ambiente em que a temperatura se apresenta significativamente acima dos demais. 

“Para compensar esses pontos, podem ser utilizadas estratégias como a otimização da disposição dos equipamentos de refrigeração, o confinamento de corredores de racks, ou mesmo o confinamento dos próprios racks de alta densidade”, afirma o engenheiro eletricista Rafael Pereira Grande, do departamento de soluções em infraestrutura para data centers da Viga Netstore.